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DE JUNHO EM ALENQUER
O sino soa forte na Terra Ximanga,
Pistolas ecoam distante,
Anunciando que é dia de festa.
Na pequena “capital do mundo”.
Barcos e canoas ancoram e chegam devotos de vários lugares
São pagadores de promessas, que agradecem graças recebidas.
A bandinha circula nas ruas ao som de saxofones, tambores e marimbas.
Os músicos são todos conhecidos, deixam suas rotinas, para festejar.
Povo alegre, hospitaleiro ... pano branco na janela da casa mística para
homenagear
Pessoas na frente das casas, acenam e dançam com alegria.
-Hoje é o dia da festa! Diz o fogueteiro!
Uns acordam cedo e outros ainda, nem dormiram após noitada no arraial com
amigos.
Na verdade, todos madrugaram, seja para enfeitar a rua ou para assistir à missa
da festa!
-Quero um pão de Santo Antônio! Grita desesperada devota.
O sacerdote repete: Todos irão ganhar!
A igreja sempre lotada, devoto chega cedo para reservar seu lugar! No altar de
forma grandiosa está o andor. A igreja toda arrumada com os mais belos arranjos
doados por promesseiros.
Crianças correndo ao redor da imagem de bronze no largo e balões sobem ao som
de pistolas rompendo no céu.
O cheiro do incenso no turibulo invade a celebração e quem sente o pingo da
água benta pingar, gradece com fé, se benze e aponta para sua residência ao som
do responso do Santo.
O dia é corrido após almoços, festejos por toda parte. O sol se põe e a
procissão começa a se montar de forma organizada e em filas indianas. O sino
soa novamente e os fogos estremecem o chão!
Na frente da caminhada aquele mesmo senhor de todas as procissões com a cruz,
sinalizando Cristo presente junto com um povo piedoso. E o padroeiro de
Alenquer no mais bonito e preparado andor por ali vai passar. Tem quem ria e
tem quem chore!
Os coroinhas impecavelmente engomados em suas túnicas brancas no anil antecedem
o fies do Apostolado da Oração com suas fitas vermelhas e com terço na mão são
que puxam as orações da caminhada.
Na peregrinação antoniana, se misturam famílias e devotos do patrono do
matrimônio. E no meio do povo estão os guardas do santo vestidos de verde e
branco cantando alegremente na corte do padroeiro.
Amigos se encontram, conhecidos que se abraçam e acenam aos que estão distantes
ou nas calçadas por onde passa a caminhada, todo bom ximango preza este momento
e recorda de algum momento passado, de outras festividades, das pessoas que
tiveram a honra de conviver e passa um filme rápido, porém com enredo longo.
Surge a lembrança dos que partiram para ficar e gostavam dessa festa. A
nostalgia nos faz sorrir e lagrimar, é uma felicidade que invade a alma por
viver mais uma festa do Antônio padroeiro.
Na chegada da procissão, a praça lotada, gente com roupa nova da festa, praça enfeitada,
e o sino soando incansavelmente anunciando que mais uma festa do povo católico
de Alenquer!!!
“Viva Santo Antônio de Alenquer!”
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